Desenvolvimento da personalidade: continuidade e mudança

 

É preciso perguntar, enfim, como pode ser preparada a maturidade, integridade, plenitude da vida humana, desejável e alcançável na idade adulta. A saúde física, na verdade, com o passar dos anos, cada vez depende mais do próprio comportamento, das pautas e dos hábitos saudáveis de comportamento adotados.

O realce do ciclo vital referese, caracteristicamente, às idades enquanto tais, aos processos evolutivos e de deterioração associados à idade ou, melhor ainda, à evolução biológica em cada idade. Assim, os padrões perceptivos e de motricidade do recém-nascido estão determinados pela programação genética da espécie humana.

O curso da vida pessoal, englobado dentro do ciclo vital humano, abrange um duplo elemento:

Ø O curso das experiências e vivências, dos acontecimentos vitais que ocorreram à pessoa, os factos em que se viu envolvida, as experiências mais significativas que viveu e que lhe deixaram marcas de diversa natureza, orgânica, de aprendizagem, e outras.

Ø O curso da acção, a seqüência das acções da pessoa, de suas decisões adoptadas e realizadas, de suas práticas, dos comportamentos que contribuíram para realizar mudanças na realidade exterior ou em seu próprio organismo, em sua personalidade.

Insistir no curso da acção, e não somente da vida ou vivências, enfatiza o que o indivíduo adulto fez e faz, e não somente os acontecimentos – experiências, situações, ambientes – nos quais se viu imerso.

É um diagrama válido, principalmente, para a vida adulta e, com moderação, para as idades anteriores. Na primeira infância, grande parte do comportamento está regida pelo ciclo vital, pelo contexto imediato e pela história do próprio organismo. Progressivamente, com o passar dos anos e com a eficácia que é própria de um organismo maduro e competente, as atitudes da pessoa começam a ser mais influentes no contexto imediato e em sua própria história.

Na vida adulta, no curso do desenvolvimento, aparece com total clareza que, sob condições normais, de não extrema frustração externa, as pessoas são relativamente donas de seu destino, de suas circunstâncias, ainda que também – isso sempre – estejam determinadas por elas.